miércoles, 22 de septiembre de 2010

"IRA (em português)" by myself

I write poetry because I suffer, born to die, kidneystones and high blood pressure, everybody suffers.
I write poetry because I suffer confusion not knowing what other people think.
I write because poetry can reveal my thoughts, cure my paranoia also other people’s paranoia.

Allen Ginsberg, Improvisation in Beijing





Diz-me a verdade
                do porquê de tudo isto
                                      dos engarrafamentos
                                      das bombas atómicas
                                      dos despertadores
                                      da  incompetência  
                                                        da gente
                                      da suas traições
                                      da suas mentiras

Diz-me a verdade desde o princípio
ou mente-me mas sem que Eu sinta
                                nem me doa

Diz-me porquê durante a noite acendem-se
os meus desejos na consciência
porquê só na noite vejo o reverso da moeda

Diz-me quem é
esse que mora em dois tempos
                            e que sente só num

Diz-me quem é
esse que tremulamente esboça uns versos desajeitados
que não é poeta nem se sente mas tenta-o

esse para quem também há golpes na vida tão fortes

esse que se pergunta que
                       porquê é que deus fiz um mundo tão triste

esse que pensa que não fazemos o Amor mas sim que
                                         o Amor far-nos-á a nós

esse a quem também o cheiro dos salões faz-lhe chorar aos berros

esse que só existe entre os teus braços
                                       quando dizes SÍM



DIZ-ME se não é um dos herdeiros de Vallejo
aqueles da Alegria Perdida

cansado da vassalagem, de passar por cima e das rasteiras aos demais para conseguir umas migalhas

cansado dos lambe botas, do chegar mais longe por ser do partido de turno

cansado dos mercenários, ganhões e inúteis que aquecem as cadeiras em grandes escritórios

cansado de esses imbecis que vestem o fato dos domingos, funcionários e funcionais, no pior sentido da palavra, que ruminam a sua vadiagem das 9 até as 5

cansado da hipocrisia, do academismo, de esses que acreditam ser os melhores, que venderam-se por um punhado de dólares, cansado dos preconceitos, dos cínicos y dos otários

estes versos nascem da sua IRA

1 comentario:

  1. Chico, relájate y deja la IRA fuera, aprende a dejar el estrés fuera, que nada ni nadie te perturbe...

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